sexta-feira, 22 de outubro de 2010

COMPANHEIRO ALQUÍMICO

Ivan, companheiro alquímico,
eu minto toda vez que digo
que sou poeta e omito o que sinto e digo
: em verdade escrevo tudo que vivo.

Das coisas mais tristes e banais
exorcizo até a última gota o abismo.
Sem destino sigo o caminho.
A força como um estupro roubo a vida

e reclamo a deus uma nova sina.
Sou o poeta das tardes frias e das manhãs cinzas.
Um bardo cheio de vícios e sozinho.

Se profanei até o divino
não foi porque quiz; em desespero e por um triz
eu clamo a luz, deus e um novo caminho.

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