segunda-feira, 7 de março de 2011

AO NÃO

(Diego El Khouri)

O direito começa na compaixão

a compaixão gera frutos

sombras nebulosas de mistério

o coração começa na alma

e espalha no corpo

gerando inúmeras sensações

a geração do desconexo

o sorriso começa na união

a união, esse poço subliminar,

começa longe da rima

aversa a ilusão

a cidade destempera o acaso

e o acaso tempera a solidão

somos resultado de uma civilização

presa na insana multiplicação

perdemos o ventre, o amor, a compaixão

o poder (empedrado no capital)

em verdes cifras de infinitas canções

pode ser a luz missionária de Platão

com o poder abraçamos o mundo

acabamos com a fome

abrimos as portas da percepção

difundido o amor

a não criminalidade

ao não analfabetismo

a não estupidez

a não competitividade

a não prisão

a não chacina dos jovens

a não miséria

ao não domínio estatal

a não desunião

a não mesquinhez

a não difamação

a não ostentantação

ao não militarismo obrigatório

ao não descaso nos hospitais

a não soberba

ao não puritanismo

a não falta de cultura

a não massificação da mídia

a não corrupção

ao não "jeitinho brasileiro"

a não censura moral

ao não desmatamento

ao não nepotismo

a não mortalidade infantil

ao não preconceito religioso

ao não racismo

a não homofobia

a não ignorância

ao não cartel

a não indiferença

ao não consumismo

ao não trabalho infantil

a não inveja

a não intolerância

a não violência

ao não armamento

a não poluição

ao não tráfico de drogas

e sim a legalidade do não químico

a não imposição qualquer

a não aos alimentos transgênicos

a não venda de votos

ao não trabalho escravo

a não propina

a não riqueza concentrada

a não práticas ilegais

a não sectarismo religioso

a não falta de compreensão

a não aos rótulos

a não aos covardes

a não os estupradores

a não os aliciadores de menores

a não os pedófilos

a não a alienação

a não a hipocrisia

a não ingratidão

a não concorrência desleal

ao não esbanjamento

ao não ao ódio

a não vingança

ao não conformismo

ao não ao não ao não

não a tudo que afete

a dignidade

e seja contrário ao amor.

que o poder político

- instrumento de integração -

Semeie o amor com práticas

voltadas apenas ao bem da humanidade

com honra e sem corrupção.

8 comentários:

  1. O desenrolar da poesia é fascinante. Já o desfecho entristece, pois estamos bem longe de um poder político que integre (sem visar lucros pessoais)ou semeie o amor.

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  2. "o poder (empedrado no capital)"
    Citou muito bem o x da merda toda.

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  3. A humanidade chafurda em poluição, violência e, a maioria, em um transe, correndo atrás de sua sobrevivência. É como jogar um jogo em que os donos do poder (empedrado no capital)ditam as regras. Cada dia que passa se torna mais difícil de jogar...

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  4. Vou ler essa poesia na câmara dos vereadores de Goiania, pra aqueles filhos da puta!!!

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  5. Maldito Jogo da Vida! Tem horas que me dá vontade de entregar as fichas pro banqueiro; dividir o meu dinheiro entre os jogadores e ir pra casa dormir...

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  6. Solidão=Individualismo
    Estratégia Liberal para nos desarticular. Essa porra de Torre de Babel que nos transforma em meras porcas,arruelas e parafusos...

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  7. Ah! Você não veio parar nessa merda de bola giratória a toa mesmo! Já tinha percebido isso a muito tempo! Vai lá e mostra pros merdões de gravata quem é você!

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  8. enquanto minha vida se afunda quero dar uma pequena contribuição . É o poeta nas trevas querendo dar a luz aos outros individuos. Assim deixarei de ser menos ridículo e torpe.

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