sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DEUS QUE SE DEU

(Por Diego EL Khouri)

Deslizo

no

seu

corpo

             acariciando

com a alma

                       pelos pubianos,

pelos que gritam ao toque lascivo da noite
que junto da imortalidade sorri
um sorriso infantil com cheiro de malícia.

Pelos de uma mata

                                                                                        indevassável
onde poros estremecem ao toque da língua
em desespero agustiante de morte não atingida.

Tingir

o

céu de negro

                                     com o céu de sua

                      boca,

tão vemelho são os

                                    dias que se sucedem
no carnaval de ilusões

                                                           É interminável nosso gozo

que começa da fala pra cara, da cama  pro samba que arranha

(eu aranho tu arranhas ela arranha)

te sugo toda

entre pela porta errada

                                  eu estarei te esperando

sacudindo

                    as

jóias

            que

 fazem

de

mim

 além

de

homem

um deus,

o deus do orgasmo falido.

               ***

Obs: homenagem a Revolucionária Voltagem Marxista.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

EDU PLANCHÊZ - POETA DO INFINITO

(Por Diego El Khouri)


Voz

                 que
                                     ecoa
                        no
                                                infinito
como um grito rimbaudiano.
Sua voz grita nos pântanos
onde cidades de cimento sufocam
dentro de minha alma
que procura como um possesso um abrigo.
Tu és grande,
Titâ embriagado,
sua voz resseca no ar.
Que Blake te ama e te beijou
na fronte escarlate da loucura
            isso seu sei,
mas nem as paredes te sufocam mais
nes os desejos te suprimem mais
apenas a mim que sou reles mortal
poeta esquartejado no

                            Nada.
.
Blake
       que
espinhou na alma
volúpias ardentes em transe homérico
numa sombra azul de ventres
colocou na sua fala viagens.
O desconhecido amigo do abismo
abre as comportas (desvio do sonho)
para fronteiras intransponíveis
que grita seu último grito de poesia.
Sua música é vida
e quanto mais falo contigo
percebo que sou o cinismo
lamentando em desespero um novo caminho
que a Morte se encarrega de mostrar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

BOLSA DE VALORES, AUTOMÓVEL E ACADEMIA

(Por Rogério Skylab)


A homofobia contribui com seu anti-exemplo para entendermos outros fenômenos que, à sua luz, readquirem novos significados.

O excesso denuncia a falta. É a própria forma como essa se expressa. Como se tivéssemos uma imagem em negativo. Quem mata viado, mata, sobretudo, o imenso viado que lhe acua por dentro. O homofóbico não é só um viado enrustido: é um viado imenso com chifres pontiagudos a lhe espremer as costelas; um viado cheio de viço, como um bezerro maluco dando coice pra todos os lados.

Um homossexual pode ser um advogado, um médico, um professor de matemática. O homossexual é o sujeito mais correto que existe na face da terra. Eu sempre imagino um homossexual de bigode, usando terno e falando três idiomas. O fato de dar a rosca não lhe tira a dignidade. Eu gostaria de ter um presidente homossexual. E se meu filho fosse homossexual, eu teria por ele o mesmo amor que tenho pelo meu.

Quando se assume a homossexualidade é bonito. Porque um grande contingente permanece no armário. Se fôssemos computar os assumidos, não assumidos e enrustidos, passava da metade.

Os não assumidos preservam a imagem, trabalham em lugares públicos e convivem com sua sombra. Essa duplicidade não lhes provoca nenhum mal-estar. Acostumaram-se a dubiedade e seguem pela vida a fora separando o público e o privado.

A questão está no enrustido. Quando o seu desejo de “dar o cu” é sublimado, transformam-se em grandes artistas. Tornam-se muitas vezes assexuados. Enrustiram tanto, recalcaram tanto, que chegam a sofrer de prisão-de-ventre.

Outros enrustidos são tão viados, que ao custo de muita repressão, viram assassinos. A cada viado abatido, vangloriam-se. Uma sensação de alívio toma seu corpo. É um matador em série. A crise recrudesce quando, depois de passar o dia todo com o dedo no cu, saem à noite pra matar baitolas.

Mas o último caso de enrustido, motivo dessas mal alinhavadas linhas, refere-se aos que jogam na bolsa, têm carro do ano e fazem academia. São vaidosos por natureza e estão sempre bem acompanhados. É o nosso velho playboy. Todo o mundo feminino, do qual a vaidade é sua maior expressão, explode dentro dele. Redirecionam então para signos masculinos. Não são assassinos mas estão sempre se dando bem. Basta um dos três signos para o identificarmos. Mas caso abrace os três de uma só vez (bolsa de valores, academia e carro do ano), aí então sua viadagem chega a graus elevadíssimos. Só não é matador em série por um triz (naturalmente, muitos acumulam a função de matador, playboy e artista).

É por essas vias indiretas que podemos compreender a bolsa de valores, o automóvel e a academia.

domingo, 23 de outubro de 2011

PRA VALA


(Por Diego EL Khouri)

Contra a ditadura do pensamento
sinto o tormento
de viver onde não quero
à beira do vil cemitério

seres ignorantes de merda
na sombra azul celeste
comendo cadáveres retos
uma depilação aqui, outra aculá

tô perdendo meu tempo
onde não há
cachaça verde na madrugada

esqueço o beijo sem graça
no umbigo da desgraça
...se eu não sair daqui vou pra vala.­ ­

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ESCARRO

(Por Ivan Silva)

O pensamento é simples:
acham que tô viajando?
aqui pra vocês Ó!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

MEU PAU

(Por Diego EL Khouri)

Meu pau na sua face
comendo seu ventre num estalo
sulgo de teu seio o passado
e em suas entranhas tenho o imaculado.

Chupas meu falo
e com a  língua percorro céus
com gosto de fel
te enfio todo meu amor
num esperma quente e sem cor.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

DIEGO EL KHOURI


(Por Edu Planchêz)

---------
poeta infernal,
demiurgo e gladiador do novo e do velho aeon,
essa cidade pátria de nelson rodrigues
... e cecilia meireles te espera de joelhos

muita cerâ de cerebro para queimar
muitos corações areemeçados nas pedras do que tudo ultrapassa

eu estou aqui na existencia que abrigou Rimbaud e Baudelaire
contemplando as simples montanhas

domingo, 16 de outubro de 2011

NO TRÂNSITO DA VIDA

(Por Diego El Khouri)


Não há limitações na poesia
mesmo que a vida se sinta coagida.
Ontem eu acordei
e não havia dia.
E dentro dessa torpe melancolia
furtei de deus
toda sua agonia.
(Sou ventre que se sente
perdido num aborto sujo
cheio de vísceras,
assim é a luz do dia).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ENTENDO A "ESTRANHEZA"



É preciso que as pessoas educadas
vivam junto aos mais pobres, é
preciso ensinar aos oprimidos
a não colaborarem com os
opressores - Mohandas Gandhi
(Por Eduardo Marinho)


Vi serem divididas comigo, quando andei no nível da mendicância, refeições paupérrimas. Fui abrigado no cantinho do casebre, dormi em capim fresco improvisado, sobre o chão batido. Ou pendurado nos caibros, em redes. Sob o teto precário de ruínas, casas abandonadas, construções, compartilhei comidas preparadas em latas quadradas de óleo, em fogueiras improvisadas. Em cidades, nos acostamentos e postos nas estradas. Fui hospedado em palafitas onde se ouve o barulho da merda batendo na água, quando se usa a “casinha”. Vi a parte abandonada dessa nossa humanidade, a parte enxotada dos benefícios da sociedade, escorraçada, roubada e ainda perseguida. E vi brotar na lama fétida, sobre a qual se construiu a estrutura social, o lírio lindo e perfumado da solidariedade, da generosidade, do altruísmo inacreditável que as dores implacáveis despertam. Eu não estava ali sofrendo por mim. Por mim, eu estava aprendendo avidamente, observando as vivências, ainda sem entender, mas sentindo, profundamente, o que nunca havia sentido. Sentindo o sentimento das pessoas, o sentimento dos lugares, o sentimento do mundo e da humanidade à qual pertenço. Absorvia os códigos, os valores, as fragilidades, os saberes e as sabedorias. Aprendi a admirar o heroísmo dos desprezados, aprendi a distingüir seu caráter, a individualizá-los. Reconheci enormes riquezas sob a capa da miséria. Sofri com as injustiças que nem os próprios miseráveis percebiam, embora as sofressem – e aprendi que era melhor esconder meu sofrimento. Os irmãos sacaneados são acusados por sua própria desgraça. As causas se esfumaçam no ar, com o controle do ensino e das comunicações, com o trabalho competente de publicitários, artistas, jornalistas, entre tantas profissões utilizadas contra a maioria, os povos, em favor de poucos.

Deve ser por isso que me causa tanto desconforto o uso, a presença, a proximidade ou a simples visão do luxo, da ostentação, de privilégios. Áreas privadas, seguranças, nobrezas, refinamentos, sofisticações, tudo passou a me parecer uma pantomima ridícula, primitiva, disfarces esfarrapados da nossa desumanidade, da indiferença que somos capazes, em nossa sede de privilégios e superioridades que denunciam a real inferioridade de espírito. Eu disse que me causa incômodo, não raiva. Meus sentimentos têm origem nas situações, não nas pessoas. Essas me causam uma certa tristeza, por inconscientes, por infantis, por superficiais, por iludidas.

Meu desconforto é moral, humano, pela ligação do luxo à miséria, pela inevitável relação do privilégio com a carência. Um sentimento que não se transfere às pessoas, mas às mentalidades, que não procura culpa, mas responsabilidades, nesta sociedade de miséria material e moral. Não é à toa a falta de sentido na vida da esmagadora maioria. Só os mais grosseiros podem se satisfazer com a abastança, com o usufruto, com o consumo. A insatisfação é clara.

Não espero encontrar meus sentimentos, pensamentos e opiniões em outras pessoas – embora, de raro em raro, aconteça. Se me desse ao trabalho e à arrogância de condenar valores e comportamentos dos quais discordo, viveria em conflitos pessoais, alimentaria sentimentos nocivos e desagradáveis e não teria tempo, nem espírito, para fazer os trabalhos que gosto e dão sentido à minha vida.

Não posso recomendar, nem pretendo voltar às situações de miséria material – onde, na verdade, nunca me senti, apesar dos anos e anos nestas situações. Mas não consigo ver valor no luxo, no excesso material, na ostentação e no desperdício. A ligação do valor material ao valor pessoal é de um primitivismo constrangedor. Expressões de insensibilidade, de sub-humanidade.

Fui considerado um cara estranho, incômodo ou simplesmente um chato, principalmente dos 15 aos 19 anos, no meio social de classe média-alta, onde nasci e vivi. Muitas vezes pensei que eu deveria ter alguma coisa errada, por ter vergonha do que os demais ostentavam com orgulho. Por questionar sentimentos de superioridade e tratamentos grosseiros contra serviçais e pobres em geral. Eu causava estranheza e me sentia estranho. Hoje, posso entender tranqüilamente e me dar razão, na minha pouca idade, com a vivência que hoje completa o 50º ano desse curso de vida. Entendo e me congratulo comigo mesmo quando, aos 19, depois de ter sido militar, bancário, estudante, mergulhador, vendedor, entre outras coisas, decidi “dedicar minha vida a refletir e causar reflexão, questionar valores vigentes e desenvolver meus próprios valores”, numa sociedade em que se fabricam, se impõem e se repetem pensamentos de laboratórios, para que ela seja como é. E saí pelo mundo, para experimentar o que era não ter nada e procurar o sentido de uma vida que, até então, não me parecia ter nenhum sentido. Mochila murcha nas costas, sem dinheiro nem paradeiro, sem parentes além da humanidade inteira.



Niterói, 26 de dezembro de 2010                                                                                  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

REVOLUCIONÁRIA VOLTAGEM MARXISTA III



(Diego EL Khouri)



(A Kelly Cristina Gonçalves)


Costurado em seus olhos
eu permaneço quieto e sereno
beijando a madrugada
e engolindo todo veneno.

Na revolução marxista
nas noites e nos dias
suas mãos em guerra inspiram
perfumes cheio de brilho.

Uma boca desnuda em febre
olhos quase fechados
resvalando por cima cabelos de fogo
atravessando o bucolismo e a  ilusão
na calda do sossego-desassossego.

Como se eu sugasse todo seu amor
a boca sente-se pressionada
alheia a luta de classes.
Não há mais nada que essa boca
no meio do turbilhão dos crimes,
aqueles nunca retratados.

Há apenas a sua boca
sussurrando palavras de desordem
apenas seus olhos gritando à ordem
que caminhe contrária a Morte
de quem luta e nunca sofre.

Essa boca sim, bela e sedosa,
cuspindo guerras e misticismo.
Essa boca é a beleza pura
um reino onde não há cinismo
quero me perder nessa região
e ser pra ti mais que amigo.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

EU: VERBO TRANSGRESSIVO OBSESSIVO INTRANSIGENTE

(Por Diego EL Khouri)

Como um pássaro
sobrevoou pastos e cidades
prédios  fábricas
catando a última flor
na lama encontrada.

Nesse meio tempo
entre a dor e a saudade
encontrei todo meu passado

e foi no seu corpo de fada
na sua boca molhada
que beijei meu lado errado.

Como um pássaro
que sobrevoa a cidade
com penas de soldado
roubo a realidade
numa ânsia embriagada
de ser o próprio pecado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

TEM QUE SER ASSIM?

(Por Diego El Khouri)


Encurralado
sou obrigado
a me sentir enjaulado,
As jaulas me aquecem
sondam meus versos
 me esquece na prece
dos junkies sem nexo.
Aqui entre paredes brancas
com toques de vermelho escarlate
vou me entregando a cidade
numa dor imaculada.
Amo meu chão, minha terra,
os pássaros do cerrado
e as músicas belas,
mas a mente filosófica
(ventre da criação que me abriga)
me expulsa do que quero,
de onde quero...
Vou pro Rio de Janeiro
fugir dessa nuvem pesada
onde me esquartejo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

VERSOS DO POETA STEIN HAEGER

http://almaencarnada.blogspot.com/

 

ENTERRADO EM TI, ESTAREI EM BREVE

 



enterrado em ti estarei em breve,
Já sei que é inevitável,
pois meu cacete já clama
pela chama do teu interior.
e quando chegar a hora,
e esta dureza de rocha te invadir,
há de sentir que a tocha de fogo foi ativada,
ligando assim teu motor,
Que em violentos tremores,
receberá meus açoites...
invadindo os teus buracos.

NESTE BURACO MALVADO (TEU PRAZER E MEU PRAZER)

Espero o dia sonhado,
no qual terei o prazer
de penetrar em você
neste bumbum empinado
com este buraco malvado
mordendo a feróz estaca
e a grande bunda me ataca
num rebolado vulgar
de tanto em seu cú entrar
vou acordar de ressaca

  VOU  TE PENETRAR COM MAESTRIA

Você o envolve com a boca, sugando-o, puxando a pele pra traz,
seus lábios percorrem da cabeça até a base no meu ventre.
O meu saco dói de tesão, com suas bolas recheadas, devido a carícia.
Enquanto bulino sua boceta, com os dedos e depois com a lingua.
Sugar seus fluidos, fazer você gemere chorar de tanto prazer me atrai.
Vou lhe pôr de bruços e brincar na sua enorme bunda, acariciar as nádegas firmes,
que parecem escaldar, meus dedos traçam sulcos de prazer neste corpo
que se oferece em entrega total e enlouquecedora,
e estou quase com raiva a morder a carne desejada.
Vou brincar com pau no seu rego, deslizando-o em seu vulcão,
melecá-lo em sua xana, no suco que escorre das entranhas,
Depois espetá-lo no seu cú delicioso, que o engulirar, sugando.
Vou te Penetrar com maestria cadenciada, entrando e saindo com força!