raios que te partam (!)
noite de fria escama, fantasmas noturnos
na cidade reina babilônia
com ventres de mulheres vermelhas
borbulhantes garrafas de veneno fino
escorregadias gotas pela barriga
e essa boêmia que não se cansa de amar
andar
em trilhos, camas, esgotos
até na cara do céu esfregando amor
não há saída!
somos objetos noturnos
anjos sem rumo que se perdem
em coxas
bocas
ventres quaisquer
nós
objetos noturnos
somos a explosão dos corpos
que nada dizem à lua
a batida chula
em bares clandestinos
o terremoto e a faca
no pescoço na língua
baixaria anarquia
o carinho sensível
seguindo amores
e sua voz
sua voz
sua voz
sua voz
que vem
e caminha
sob/sobre meu corpo
menina linda
dentro
fora
em
cima
pulsando mais um corpo
voltando pra casa
onde me esperam
fantasmas e suicidas
acompanhados por freiras e virgens
uma festa que não acaba
um beijo sem fim.
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