quinta-feira, 23 de maio de 2013

E ESSAS RUAS QUE NÃO SÃO AS RUAS DE 1928 E QUE SÃO AS RUAS DE 1928...



(Por Edu Planchêz )
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E essas ruas que não são as ruas de 1928...
e que são as ruas de 1928...
conhecem meus pés de madeira,
conhecem e desconhecem minha fama
de não possuir fama

Diz meu filho: " Edu, põe a roupa"
E eu ponho a roupa de todas as leituras
que fiz e que faço do que não deve ser lido
E tenho e tinha a missão de torcer
os nervos do planeta que me ignora,
e que por muitas vezes também ignoro

E vejo Jack Kerouac, Allen Ginsberg
e Diego El Khouri entrarem pela porta
que inventei na parede que existe
apenas na imaginação dos que negam a imaginação

Imagino ver uma grande bolha de palavras obscenas
( na compreensão menor)
despencar das nuvens sobre as casas,
sobre as pequenas famílias que se fecham
para as outras famílias que são também suas famílias

Estou no Brasil, no túnel do tempo,
na entrada e na saída
das correntes que controlam os oceanos
e os ares que sobem para além das últimas
camadas da atmosfera
Não sou um avião,
um homem, uma ave,
um roedor infiltrado nas costuras das roupas
dos seguem o apito das moedas,
dos que sobem no muro do progresso
protegidos por tanques

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